Meu escritório fica no 27o andar, bem perto do último andar que é o 31o. E eis que eu esperava o elevador com meu sócio e este achou por bem subirmos ao invés de descermos – o motivo não importa aos meus objetivos com esta postagem.
E eu sendo irônico com ele, falava: – Eu não me importo de subir para depois descer. -Eu sempre gosto de passear aqui em cima. -Sempre tem uma bela vista a ser apreciada.
É claro que eu estava sendo ironico. E quando falava em bela vista, me referia, ao próprio elevador e as entradas de cada andar que eram previsivelmente iguais: Paredes brancas com saias rosa/laranja que meu sócio, designer claro, insiste em falar que é salmão. Enquanto falava, eu inclinava a mão para a porta do elevador, fazendo indicação desta tal paisagem.
Mas o fato é que enquanto eu falava sobre a bela vista dígna de ser apreciada, entra uma garota no elevador. E, de repente minha mão que apontava para a porta, se viu apontando para ela. E para ela, claro, ficou mais do que óbvio que falávamos dela.
Agora, sabe quando você quer corrigir algo mas você não quer demonstrar que está tentando corrigir alguma coisa. Até porque você sabe que é inocente mas assim mesmo quer evitar qualquer possível mal entendito?
Pois é. Eu, que fiquei constrangido, tentei rapidamente corrigir a situação mas sem dar na vista. Achei por bem marcar que eu falava das entradas dos andares. Mas precisaria ser rápido para manter o nexo da conversa e transmitir credibilidade neste acréssimo.
Então mandei: – Estas faixas brancas e rosas sempre me chamam a atenção! – Estava me referindo, claro, as paredes com suas faixas brancas e rosas – ou salmão para as mulheres, carnavalescos e designers.
Claro, e agora pergunto, como era o vestido que a garota usava? Isso mesmo! Ponto para quem disse: -Um vestido de listras brancas e rosas!
Tá… Acabou… Não tinha mais defesa. Só me restou ficar completamente calado até o fim da viagem e aturar um risinho que vinha do meu sócio. O único que poderia testemunhar a minha inocência.
Abraços para vocês e acreditem em mim: Eu sou inocente!